Segure a Minha Mão: Capitulo 22

[...]

Edu ficou pasmo ao ouvir aquelas palavras, mais não podia discutir, seria pior, então apenas falou:
-Tudo bem então. - E desligou o telefone.

Melissa estava com raiva, ele desligou na cara dela, nunca tinha feito isso antes, sempre era o contrário. Mais ela também percebeu que estava fora de si, ou melhor, voltando a ser o que era. Fechou os olhos e lembrou-se de Luan imediatamente, sorrindo, era a imagem que tinha guardado dele da ultima vez que se viram.- Ele não gostaria de ver nem ouvir isso - pensava enquanto uma lágrima escorria:
-Você não é assim Melissa, vamos seja forte! - Falava com sigo mesma ainda de olhos fechados.
Em fim se recompôs, e continuou no seu trajeto pra casa, agora se odiava, não estava conseguindo se controlar, Edu tinha razão, tinha que parar com essas compras desenfreadas e principalmente com esse jeito de tratar as pessoas:
-Edu deve estar me odiando, eu sou um monstro!

Chegou em casa e nem se dignou a tirar as compras do carro, não importavam mais. Subiu e tomou um banho frio, chorou mais um pouco, mais enquanto pensava decidiu o que tinha que fazer. Se vestiu e saiu de novo, mais antes pediu a empregada que pegasse todas as coisas do carro e levasse para o quarto dela.

Enquanto isso longe dali Luan estava com o celular nas mãos, pensava em ligar pra Melissa:
-E se ela não me atender? E se estiver ocupada demais? Ou se me tratar mal como antes? - Ele se perguntava andando de um lado pro outro, mais em seu peito seu coração estava dizendo - "Só vai saber se tentar!" - Então resolveu ouvi-lo e ligou de uma vez, depois de chamar duas vezes ela atendeu:
-Alô... - Falava a voz dela do outro lado.
-Oi... Melissa? Sou eu, Luan!
Ela estremeceu nessa hora, era ele, não acreditou mais respondeu rápido:
-Sou eu sim Luan, que surpresa você me ligando. - El parecia uma adolescente boba sem saber o que falar.
-Peguei seu celular com a Bruna, fiz mal?
-Não imagina! Como você tá?
- Bem graças a Deus, e você?
Melissa pensou um pouco na besteira que tinha feito e resolveu contar de uma vez:
-Não tão bem, fiz uma besteira e preciso concertar.
-Que besteira? - Luan era curioso.
-Machuquei um amigo, mais vou pedir desculpas, afinal sou uma menina boa agora né?
-Ah, um amigo... - "Que amigo seria esse?" Se perguntava mentalmente mais não ia perguntar pra ela. - É, você é uma menina boa agora.
-Acredite, está muito difícil pra mim! - Ela suspirou.
-Calma, é só o começo, não vai desistir agora em?
-Não. - Ela estava amando ouvir aquela voz perfeita, parece que lhe trazia forças. - Mais e aí, não vai me contar sobre o destino do cheque?
-Como você é apressada em? Não gosta de surpresas? - Ele sorria gostoso.
-Até gosto, mais é que fiquei curiosa pra saber, mas se você quer que eu espere, eu espero.
-Muito bom, mais agora eu tenho que desligar, o dever me chama! Depois te ligo e boa sorte com seu amigo lá.
-Tudo bem , obrigada. Vou esperar a proxima ligação. - Ela sorria largo.

Se despediram e Melissa passou alguns minutos pra poder voltar a realidade. Ele tinha mesmo ligado pra ela? Isso parecia um sonho. Ficou mais feliz do que já estava:
-Ele se importa comigo! - Falava sozinha sorrindo.
-Dona Melissa, Já coloquei tudo no quarto, quer mais alguma coisa? - A empregada da casa tirava ela do transe.
-Ele se importa comigo - Ela levantou num susto e beijou a bochecha da empregada - Ele se importa comigo! - Saiu correndo em direção a porta e quase gritou.
A pobre mulher não entendeu nada, nunca recebeu nenhum "obrigada" de Melissa e hoje ganhou um beijo no rosto. Voltou a fazer seus serviços ainda confusa.

Mel correu para o carro saltitando feito uma criança. Entrou e só então se tocou do que estava fazendo:
-Pra onde é mesmo que eu vou? ... AH falar com o Edu!
Deu partida e foi em direção a empresa, era fim de tarde mais sabia que ele ainda estava lá, pelo menos achava que sim, se seu pai não tivesse viajado de ultima hora carregando o rapaz. Chegou lá e já foi afobada perguntar a secretária:
-Edu esta ai?
Mais ele surgiu atrás dela e respondeu:
-Tô aqui Melissa. - Sua voz era seca, ela virou-se para ele com olhos de desculpas.
-Podemos falar um minuto?
-Estou trabalhando.
-Edu, isso nunca foi problema pra você, mais se quiser, eu espero até você sair.

Edu e principalmente a secretária estranharam, Melissa nunca tinha agido assim, sempre queria tudo no tempo dela e fazia birra até conseguir. Mais quem mais estranhou foi o grande Humberto Morais que saia de sua sala no tempo certo de ouvir a filha dizer aquilo:
-Pode ir falar com ela Eduardo, está dispensado por hoje. - O pai de Melissa falou.
-Obrigada pai. - Ela murmurou baixinho e depois olhou apreensiva pra Edu.
-Tudo bem, só vou pegar umas coisas e já vamos.

Depois disso Edu e Melissa seguiram pra uma lanchonete próxima a empresa, lá sentaram-se e pediram dois sucos:
-Tudo bem, estou te ouvindo, pode falar. - Ele ainda estava seco com ela.
-Ai Edu, eu queria pedir desculpas pelo jeito que falei com você mais cedo, é que eu não estou 100% ainda, aliás não estou nem 10% e você sabe. As compras me acalmam entende, é um tipo de terapia, elas acalmam minhas sensações. - Melissa estava sendo sincera.
-Pelo menos está pedindo desculpas, já é um começo. Mas vai ter que aprender que desculpas não vão funcionar sempre, e que algumas pessoas não ficam convencidas com seus olhos azuis - Eles sorriram - Você pediu minha ajuda e estou disposto a fazer isso, portanto tenho que te alertar sempre. Sei que é difícil e vai ser ainda por um tempo, mais vamos fazer isso juntos ok? - Ele segurou a mão dela.
-Você é um anjo sabia? O meu anjo!
-Olha só, estamos evoluindo, antigamente você me chamava de escravo lembra? - Risos.
-Você continua sendo meu escravo, só que agora é diferente. - Ela brincou.
-Acho que a minha sina é essa não é?

Melissa apenas sorriu e ele ficou maravilhado com aquele sorriso, como amava aqueles olhos azuis, mais não podia contar isso a ninguem. Então se contentava em ser chamado de anjo, o amigo de todas as horas, o que sempre estaria lá.

Naquele fim de tarde ele escutou pacientemente Melissa contar de ligação que recebeu de Luan, e de como estava feliz com tudo aquilo. Para ele era como a morte, mais se isso a deixava feliz, seguiria em frente até um dia não aguentar mais.

...