Capitulo 165

[...]

Luan, que trazia nas mãos um ursinho de pelúcia que uma de suas fãs tinha mandado pra Bernardo, deixou o bichinho cair no instante em que as palavras de Edu entraram por seus ouvidos. Ele paralisou completamente enquanto em sua cabeça martelavam " Bernardo foi sequestrado!" Olhou finalmente pra Melissa que agora olhava pra ele com olhos de súplica, ela levantou-se, foi até ele e se olharam por um instante:
-Isso é brincadeira né? - Ele perguntou com um sorriso nervoso - O meu filho esta escondido pela casa e eu tenho que procurá-lo certo? - Luan saiu andando pela sala e começou a chamar - Bernardo, filho? Vem cá, papai chegou! 

Todos o olharam com pena naquele momento. Ele voltou na direção de Melissa e falou quase em tom de súplica:
-Fala pra mim que é brincadeira, fala por favor! 
-É verdade. - Melissa falou apenas isso. 
-Não! - Ele enxugou o suor que já escorria da testa - Não tem a menor chance dele ter sido sequestrado. Essa casa esta cheia de alarmes, seguranças na entrada, sempre cheia de gente, tem toda a segurança do mundo. Como alguém pode ter entrado aqui e sequestrado o Bernardo Melissa? - Luan começava a se desesperar. 
-Foi a Ellen! - Melissa falou quase num sussurro. 
-Quem? A Ellen? Ellen sua irmã? Como? Ela adora o Bernardo! Quem disse isso? 
-Foi ela sim Luan! - Agora Melissa falou alto - Veio aqui em casa, aproveitou que tem entrada livre, distraiu a Zilda, saiu com nosso filho pelo portão da frente como se fosse apenas passear com ele. Depois me ligou dizendo que estava com o Bernardo e que não ia devolvê-lo. Eu ofereci tudo, dinheiro, empresas, imóveis, me ofereci pra ficar lá no lugar dele mais ela não quis nada. Ellen fez isso pra se vingar, porque ela me odeia, é isso. Mentiu e nos enganou esse tempo todo pois já estava com tudo articulado em sua cabeça. E agora esta lá, com meu filho e eu não posso fazer nada porque ela pode fazer algum mal a ele. 

Os olhos de Melissa brilhavam de ódio e Luan em fim acreditou no que ela falava:
-Eu vou atrás dele! - Luan virou as costas e saiu andando em direção a porta, mais foi interrompido pela voz de Melissa. 
-E vai procurar aonde Luan? Não sabemos onde ela mora, onde ela pode estar, olha o tamanho dessa cidade, isso se ela ainda estiver aqui. - Melissa começava a pensar racionalmente. 
-E você quer que eu fique aqui de braços cruzados? É isso? - As lágrima escorriam no rosto dele - É isso que vamos fazer? 
-Eu não sei! - Ela grunhiu desesperada - Não podemos chamar a polícia, ela disse que pode fazer algo com o Bernardo e eu já não duvido de mais nada que Ellen possa fazer. 
-De qualquer forma a policia só poderá fazer alguma coisa depois de 24 horas do desaparecimento. - Clarisse falou.
-24 horas? Ela pode fugir do pais com meu filho nesse tempo! - Luan falava revoltado - Eu preciso fazer alguma coisa, preciso salvar meu filho, eu sou pai dele, ele precisa de mim! 

Luan falava andando de um ladro pro outro e no impulso Melissa o abraçou forte e ali choraram os dois juntos, como se quisessem descarregar tudo que sentiam. Depois disso o silêncio tomou conta da grande sal todos na espera que o telefone tocasse, que alguém entrasse pela porta trazendo Bernardo nos braços. 

Luan se sentia desolado, impotente, queria poder fazer alguma coisa mais não podia naquele momento. Pensou na polícia, eles fariam alguma coisa por se tratar do "Filho de Luan Santana" mais o medo tomava conta de seu corpo, tinha medo por Bernardo. E se Ellen descobrisse e resolvesse descontar no menino? E se houvesse um tiroteio? Ele não queria isso de maneira nenhuma, só queria seu pequenino nos seus braços mais uma vez. Lembrou-se da festa de aniversário dele no sábado e de seu sorrisinho de felicidade. Lembrou-se também de não ter se despedido dele no dia anterior, quando saiu ele ainda dormia e não pode ver seus belos olhos azuis e temia não poder vê-los de novo. 

Já Melissa estava desfigurada, tinha secado, não tinha mais lágrimas pra chorar. Segurava o celular como se sua vida dependesse daquele telefonema e pedia a Deus em silêncio que protegesse seu filho. Se martirizava lembrando-se do sonho que teve onde tiravam seu filho dela, aquilo tinha sido um sinal que ela não soube interpretar. E a sensação ruim, a vontade de ficar em casa com seu filho naquela manha. Não deu ouvidos ao seu próprio coração e por isso tudo aconteceu. 

Humberto não passava bem, não podia acreditar que sua filha tinha feito aquilo e se sentia culpado também de colocá-la dentro da família quase que a força. O fato era que todos ali não acreditavam no que estava acontecendo, nunca imaginaram passar por isso.

-Eu não vou aguentar isso! - Melissa levantou de novo. 
-Pelo amor de Deus Melissa, vamos chamar a polícia, Estamos falando do filho de Luan Santana, o maior fenômeno do Brasil e de Melissa Morais, uma grande empresária nacional. Tenho certeza que eles vão fazer alguma coisa. - Edu falou em súplica. 
-O que você acha? - Melissa perguntou a Luan. 
-Qualquer coisa é melhor do que essa espera, Edu tem razão. - Luan falou.
-Eu conheço o delegado daqui, é meu amigo, me deve uns favores. Posso ligar pra ele e conversar, tenho certeza de que ele vai nos ajudar, tudo isso no maior sigilo, vocês não querem a imprensa nisso certo? - Humberto falou discando no celular. 
-Com certeza. 

Em questão de 20 minutos o delegado estava na mansão junto com 2 policiais:
-Vim o mais rápido que pude, como vão todos? - O delegado chegou cumprimentando. 
-Esse é o delegado Garcia. - Humberto apresentava.
-Oi Garcia - Luan apertou a mão dele com aflição - Vou direto ao pondo, meu filho foi sequestrado hoje cedo, sabemos que foi a irmã da minha mulher que fez isso, ela entrou aqui em casa, levou o bebê e depois ligou confirmando que estava com ele e disse que não vai evolvê-lo. 
-Entendo! Mais como aconteceu? Ninguem viu ela entrar? -Garcia perguntava.
-Ela era de casa, vinha sempre aqui, meu filho adora ela. - melissa continuou - Assim ela entrou normalmente, saiu com ele e os seguranças acharam que eu tinha autorizado. 
-Ok. Luan disse que ela ligou pra senhora, o que exatamente ela disse? 
-Disse que estava com meu filho, eu pedi que ela o trouxesse de volta mais ela disse que não vai, e que quer passar uns dias com ele, confessou que era um sequestro e disse que eu me arrependeria se chamasse a polícia. 
-Ela disse o que quer em troca do bebê? Sabemos que vocês são bem financeiramente, famosos, suponho que ela queira dinheiro. -
-Não, ela disse que não quer dinheiro, nem nada do tipo. Não falou o que quer em troca do meu filho. - Melissa respondeu.
-Essa senhora, Ellen não é? Ela sofre de algum distúrbio mental? - Garcia agora fazia anotações. 
-Não que eu saiba. Ela parece normal, mais me odeia, nãos ei se o senhor sabe mais ela foi reconhecida como filha do meu paia  pouco tempo, sempre me odiou, talvez pelo fato de eu ter sido criada por meu pai. Nos já brigamos muito, agora que estávamos nos acertando, mais era tudo fingimento da parte dela, não passava de um plano pra roubar meu filho de mim. - Melissa falava com ódio. 

Garcia pensou um pouco, analisou as informações que tinha e falou:
-Então ela pegou seu filho como uma espécie de vingança, usando o que vocês mais ama. Como se trata de um bebê, temos que agir rápido, vamos grampear o seu celular, os telefones da casa para começar. Se ela te ligar a gente rastreia e acha. - Enquanto Garcia falava os policiais já instalavam o equipamento ali mesmo na sala - Nãos e preocupem, nos vamos achar a sequestradora e trazer seu filho são e salvo. 

Luan e Melissa se abraçaram, por um lado acreditavam nisso, mais por outro tinham medo, cada minuto que passava a situação se complicava mais:
-Como será que ele esta? Será que ela deu comida pra ele? - Melissa perguntava, voltou a  chorar novamente. 
-Deus não desampararia nosso filho meu amor, ele deve estar bem, temos que acreditar nisso. - Luan falava.
-Será que nós nunca vamos ter paz? - Ela o encarou com os olhos azuis que pareciam mais apagados que o normal. 
-Vamos sim, confia em mim? - Ele segurou as mãos dela.
-Confio. - E se abraçaram forte novamente. 
-Com licença, pode me descrever a moça e o bebê? Vou entrar em contato com a policia federal, eles vão ficar atentos nas rodoviárias, aeroportos e tudo mais. Se tratando de uma sequestradora amadora suponho que ela ainda esteja por aqui e se estiver, não vai sair sem ser pega. - Garcia falava decidido. 

Melissa tratou logo de mostrar fotos de Ellen e Bernardo pra ele que mandou pra policia federal, todos estavam 100% empenhados na busca por Bernardo e teriam que encontrá-lo o mais rápido possível. 

A noite caiu, todos a postos, mais nenhuma novidade. Luan falava no telefone com sua família, decidiu contar tudo a eles e pediu que viessem pra lá o mais rápido possível, enquanto isso Melissa não saia de perto dos policiais a espera de qualquer notícia de seu filho, até que Edu a chamou:
-Ei, você não comeu nada o dia todo, vamos até a cozinha pra você comer. - Ele a segurou pela mão. 
-Não tenho fome. - Ela respondeu triste.
-Mais tem que comer se não vai ficar doente e ai como vai fazer? Você tem que estar forte pelo seu filho! - Ele usou um bom argumento e conseguiu convencê-la.
Foram até a cozinha e em cima do balcão ele indicou duas canecas de chocolate quente que tinha preparado:
-Sei que não ia ser fácil de descer qualquer tipo de comida, mais eu e você sabemos que o bom e velho chocolate acalma os ânimos né? - Ele sorriu d ecanto e ela fez o mesmo.
-Como nos velhos tempos! - Ela falou baixinho dando um gole no chocolate. 
-Isso mesmo, sabe... Acho que a gente vai ficar velhinho assim, tomando chocolate quente e conversando sobre a vida que passou. - Ele tentava distraí-la de tudo que acontecia. 
-Meu anjo! - Ela falou o que não falava a um bom tempo.
-Fazia tempo que não dizia isso... - Ele segurou a mão dela. 
-Lembrei agora por causa do chocolate. Você nunca me abandonou Edu, acho quando estiver velhinha poderei dizer que tive um amigo de verdade. 
-Um anjo da guarda não abandona a sua protegida, nunca! - Ele sorriu, já tinha lhe dito isso antes. 

Eles se abraçaram, e não perceberam que Luan estava ali na porta, tinha ouvido tudo e também se emocionou, realmente uma amizade como a deles era bonita de se ver e Edu era um dos componentes que fazia Melissa mais forte assim como ele, cada um a sua maneira. 

Mas tudo foi interrompido pelo som do telefone da casa tocando, como uma raio Melissa se desprendeu de Edu e saiu correndo, passou por Luan e chegou a sala em segundos, atendeu desesperada:
-Alô! 
-Oi Mel, sentiu saudades. - A voz de Ellen ecoava do outro lado enquanto Melissa mexia a boca falando "É ela!" E Garcia sorria começando seu trabalho. Agora a pegariam de jeito. 

[Continua]

Tadinhos né gente? 

Sofrendo demais! 

Mais resolveram chamar a polícia e Ellen ligou,

será que eles vão conseguir rastreá-la?

O que vocês acham?

...

Beijos

Mayara

@FCAsCoelinhasLS