Capitulo 166

[...]

Algumas horas antes...

Em um apartamento classe média em São Paulo, Ellen dava suco de laranja a Bernardo enquanto conversava com ele:
-Tá gostando de ficar aqui com a Tia Ellen? - Ela perguntava sorrindo ao bebê.
-Tia éle! - Bernardo repetia sorrindo.
-Você não é como sua mãe, ela é mal comigo! 
-Mamãe, mamãe! - Bernardo falava enrolado com o bico da mamadeira de suco na boca. 
-É, sua mãe já me fez muito mal, implicou comigo muitos anos, me bateu até sabia? Depois me tirou do emprego, me tirou de perto do seu avô e vive achando que eu estou atrás do dinheiro deles. Mais você não vai ser como ela né? - Ela segurou uma das mãozinhas de Bê - Você vai ser bom, como seu pai! Sabia que se parece muito com ele a não ser pelos olhos? Você é a cara de Luan, vai ser bonito como ele quando crescer. 
-Papai Uan! - Bernardo falava. 
-É, papai Luan. Eu não tenho nada contra ele, aliás, tenho pena por ele ter se casado com a cobra da sua mãe. Essa sim não vale nada, ia estragar você, te criar como ela foi criada e te transformar em um menino mimado que nãos e importa com os outros como ela. Não seja assim ouviu Bernardo? 

O garotinho terminou de tomar o suco e entregou a mamadeira de volta a Ellen que depois o pegou no colo e ficou brincando com ele por um tempo. Apensar de ter tirado Bernardo de seus pais ela estava o tratando bem, sabia de tudo que ele precisava e gostava pelo tempo de convivência que tinham e acima de tudo, adorava aquela criança. Ninguém sabia ao certo onde ela queria chegar com tudo aquilo, mais logo descobririam. 
A noite, ela resolveu que era hora de ligar novamente pra Melissa.

...

-Alô! 
-Oi Mel, sentiu saudades? - Ellen sorria do outro lado enquanto Melissa morria aos poucos em casa.
-Cadê o Bernardo? - Mel perguntou aflita, Luan estava do seu lado tentando ouvir alguma coisa. 
-Esta aqui, já brincamos muito, ele comeu. Nesse momento esta sorrindo, os olhos dele ficam bem mais brilhantes a noite né? 
-Sua vagabunda desgraçada trás meu filho de volta! - Melissa se desesperou.
-Clama, pra que isso? Não precisa me xingar, logo eu que estou cuidando tão bem do seu filho! Eu ia até deixar ele te dar boa noite, mais como você foi muito mal comigo, não deixo mais. 
-Ellen deixa eu falar com ele! - Melissa implorava.
-"Segura ela na linha, estamos captando o sinal!" - O delegado Garcia falou sem som na voz.

Nesse momento Luan pegou o telefone da mão de Melissa e falou:
-Ellen, sou eu, Luan! Me diz o que você quer? O que você pretende? Porque pegou meu filho? O que eu tenho que fazer pra ter ele de volta? 
-Oi Luan, eu acho que ainda é cedo pra dizer o que eu quero e o porque de tudo isso. Vou ficar mais um pouco com o Bernardo, estou adorando a companhia dele, eu sou uma pessoa tão sozinha. - Ellen falava natural.
-Pelo amor de Deus Ellen, você não vai deixar Bernardo passar a noite longe da gente! - Luan também suplicava completamente em desespero.

Mais nesse hora começou a cair uma forte chuva e um trovão soou grave no céu, todos estremeceram e do outro lado do telefone Luan ouviu o choro de Bernardo, em seguida a ligação foi finalizada:
-Bernardo! - Luan gritou mais de nada adiantou.
-Droga! Perdemos o sinal, não deu pra rastrear e saber onde ela esta! - Garcia praguejava.
-Ele chorou Melissa, ele chorou com medo do trovão! - Luan falou quase chorando também.
-A meu Deus! - Melissa desatou a chorar novamente.
-Calma, vamos esperar, vai ver ela liga de novo. - Garcia deu esperanças.

Enquanto isso, Longe dali, Ellen tinha desligado para pegar Bernardo no colo que estava com medo dos trovões. O pequenino chorava e chamava por sua mãe todo o tempo:
-Clama bebê, calma, eu estou aqui, nada vai acontecer com você ok? - Ellen falava ninando Bernardo para que ele parasse de chorar mais de nada adiantou, ele estava realmente assustado.
-Mamãe, Mamãe! - O bebê gritava.
Então ela lembrou-se de uma conversa que teve com Melissa que quando Bernardo chorava a noite com dor de ouvido ou cólicas normais em bebês ela ligava pra Luan e o colocava pra cantar para o menino. Então ela colocou a música de Luan pra tocar no celular e deitou-se com Bernardo que ao ouvir a voz de seu pai, acalmou-se imediatamente. E foi assim até ele pegar no sono e Ellen ficou olhando aquele pequenino dormindo como um anjo, sim, era isso que ele parecia, um anjo. E ali, naquele momento ela se perguntou porque estava fazendo tudo aquilo? Porque estava tirando um bebê de sua mãe, de seu pai, de sua família? Bernardo era um inocente, não tinha culpa de nada do que aconteceu na vida de Ellen. Seria mesmo justo com ele? Seria justo com todos os outros? Mais mergulhada em seus pensamentos, ela acabou dormindo, também inundada pela calma que a voz de Luan transmitia. 

O delegado Garcia ainda amaldiçoava por não ter conseguido rastrear o telefone de Ellen, Humberto e Clarisse resolveram ir pra casa pois nada mais podiam fazer ali, mais ficariam atentos para qualquer noticia. Ana veio ver como tudo estava, oferecer sua solidariedade mais acabou levando Edu pra casa pois também não podiam fazer nada ali. Depois de um tempo, Amarildo, Marizete e Bruna chegaram lá e Luan pode cair nos braços de sua família, assim como Melissa. Luan explicou tudo pra eles que estavam arrasados também, mais ninguém ali podia fazer mais nada a não ser esperar e rezar:

-Descansem um pouco, tentem dormir, vocês tem que estar fortes para amanha. Tenho certeza que vamos pegá-la e resgatar seu filho. - Garcia falava.
-Eu não vou conseguir dormir, não sem meu filho aqui! - Luan falava.
-O delegado te razão Luan, você tem que dormir, recuperar suas forças para que amanha continue as buscas pelo Bernardo. - Amarildo falou.
-Vocês não estão nada bem, tentem descansar, prometo que vamos ficar em alerta noite toda e qualquer coisa eu mesmo subo para avisá-los sem cerimônias.- Garcia completou.
-É, talvez seja melhor mesmo. Fiquem a vontade, se sentirem fome ou sede, podem ir a cozinha e pegarem o que quiser. E qualquer, qualquer mínima novidade podem chamar  agente lá em cima! - Melissa falava.
-Pode deixar, e nãos e preocupem. Eu vou fazer tudo que estiver ao meu alcance pra recuperar o bebê, confiem em mim! 
-Vocês também, seu Amarildo, dona Marizete e Bruna, já pedi pra Zilda preparar os quartos de vocês lá em cima, fiquem a vontade e Boa Noite. 
-Tudo bem filha, vamos deitar jajá também! - Marizete deu um abraço nos dois. 

Depois disso Luan e Melissa subiram, ambos estavam exaustos, completamente acabados. Ela sentou-se na cama e cruzou as mãos enquanto as lágrimas escorriam em seu rosto. Luan sentou ao seu lado a puxando para um abraço:
-Como será que ele esta, nesse chuva toda? - Melissa se referia a Bernardo. 
-Deus esta cuidando dele meu amor. - Luan beijou a cabeça dela.
-Eu não vou suportar tudo isso Luan...
-Vai sim, você tem que ser forte, eu tenho que ser forte, todos nos temos e vamos ser! Nos vamos conseguir achar nosso filho Melissa! - Ele segurou forte  mão dela.
-Eu só queria entender o porque! - Ela limpava as lágrimas.
-Eu também, mais esse pesadelo vai acabar, nos vamos recuperar nosso menino e tudo vai ficar bem. 
-Eu não aguentaria nada disso se você não estivesse comigo. - Ela o olhou nos olhos. 
-Eu sempre vou estar ao seu lado. - Ele selou de leve os lábios dela com um beijo.

Depois disse eles tomaram um banho quente pra relaxar e depois deitaram-se um pouco, por conta do cansaço acabaram pegando no sono, mais não foi fácil dormir aquela noite, acordaram várias vezes e quando o sol nasceu, Melissa e Luan já estavam de pé querendo saber se o delegado tinha alguma novidade. Nada tinha acontecido, e o coração de Melissa apertava cada vez mais. 

Aos poucos todos acordaram e desceram, os policiais e o delegado tomaram café ali mesmo na mansão, Edu chegou logo acompanhado de Ana, logo depois Clarisse e Humberto também se juntaram a eles, assim a  família toda reunida aguardava que o destino conspirasse a favor deles ou que pudessem fazer alguma coisa.

Exatamente as 9 da manha o celular de Melissa tocou, e ela atendeu desesperada sem nem olhar quem era:
-Alô! 
-Oi Melissa. - Ellen falou apenas isso, não parecia tão sarcástica quanto antes. 
-Ellen! - Todos prestaram atenção a partir daquele momento - Cadê o Bernardo, como ele esta? 
-Ele esta bem, nãos e preocupe, acabou de acordar e esta tomando café da manha! Mais eu liguei porque quero encontrar com você. - Melissa quase infartou ao ouvir aquilo. 
-Vou sim, você vai me devolver o Bernardo? - Ela abriu um sorriso, ficou eufórica com aquela possibilidade.
-Mando o endereço por mensagem, mais venha sozinha, quero conversar com você! - Ellen continuava séria, séria demais e não falou de Bernardo.
-E meu filho? Estará nesse lugar? 
-Apenas venha e não esqueça, sozinha! 

Depois disso desligou, e Garcia gritou eufórico:
-Conseguimos rastreá-la, não esta tão longe daqui! - Na mesma hora o sms com o endereço chegou pra Melissa. 
-Ela me amandou o endereço de onde esta! - Melissa levantou e pegou sua bolsa. 
-Ótimo, vou chamar as viaturas, vamos resgatar seu filho! - Garcia falava animado.
-Não! Eu vou buscar ele, sozinha! - Melissa falava decidida.
-Não, você não vai sozinha. - Luan entrou em sua frente. 

[Continua]

Ixe.... 

Será que Ellen se arrependeu? 

Será que isso é uma armadilha pra pegar a Mel também?

Não esqueçam de que tudo pode acontecer em! 

haha'

E Luan, será que vai deixar Melissa ir sozinha?

AGUARDEM!

~~Fortes emoções~~

Beijos

Mayara

@FCAsCoelinhasLS